Você já se viu diante da cena clássica: a criança recusa o prato com arroz, feijão e legumes, e os pais, na tentativa de evitar o conflito, oferecem um pacote de bolacha ou um refrigerante. Esse gesto, aparentemente inofensivo, pode ser o início de um problema sério: a obesidade infantil. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 3,1 milhões de crianças brasileiras com menos de 10 anos já convivem com a doença.

A nutricionista Franciele Martins, da Unimed Tubarão, explica que a obesidade infantil não é uma questão estética, mas sim de saúde pública. “Esse é um problema que começa lá na infância, principalmente pela forma como os alimentos são introduzidos. A criança é reflexo dos hábitos dos adultos que cuidam dela”, afirma. Ter alimentos saudáveis disponíveis em casa e dar o exemplo são atitudes simples que fazem toda a diferença.

Mas o problema vai além da alimentação. O sedentarismo é outro fator decisivo. Hoje, muitas crianças trocam as brincadeiras ao ar livre por horas em frente às telas. A psicóloga Letícia Ribeiro, também da Unimed Tubarão, alerta: “A alimentação influencia não só na saúde física, mas também no desenvolvimento emocional. Quando o alimento é usado como válvula de escape para carências ou conflitos, essa relação pode se tornar crônica e prejudicial ao longo da vida.”

A obesidade infantil está associada a doenças como diabetes, hipertensão, apneia do sono e até puberdade precoce. Além disso, pode afetar a autoestima, levar ao isolamento social e aumentar o risco de ansiedade e depressão. A boa notícia é que a prevenção é possível — e começa com pequenas mudanças: refeições em família, menos ultraprocessados, mais movimento e, acima de tudo, presença e escuta ativa.

Junho Laranja é o mês da conscientização sobre a obesidade infantil e cuidar da alimentação e do bem-estar das crianças é um ato de amor e responsabilidade coletiva. Famílias, escolas e profissionais de saúde precisam caminhar juntos para garantir um futuro mais saudável — e mais feliz — para nossas crianças.

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