O câncer no aparelho digestivo, especialmente no esôfago e estômago, é um problema de saúde cada vez mais prevalente, impactando diretamente a qualidade de vida dos pacientes. No programa Viva Saúde da Unimed Tubarão, o Dr. Rodolpho Mazon, cirurgião do aparelho digestivo, compartilhou suas perspectivas sobre os fatores de risco, prevenção e avanços no tratamento dessa condição.

Os desafios do câncer de esôfago e estômago

Dr. Rodolpho aponta que, apesar de ser possível tratar esses tumores, a localização e o estágio avançado em que são diagnosticados muitas vezes dificultam os procedimentos curativos. No caso do câncer de esôfago, um dos sintomas mais comuns é a disfagia, ou dificuldade para engolir, que costuma ser ignorada até que o paciente já esteja em estágios avançados da doença. “Casos que poderiam ser tratados de forma curativa acabam se tornando paliativos por conta da demora no diagnóstico, ” observa o especialista.

A incidência do câncer de esôfago e estômago também é maior em homens, em uma relação de dois para um, comparado às mulheres. Além disso, fatores como obesidade e refluxo gastroesofágico têm alterado o perfil do câncer de esôfago, especialmente no terço inferior do órgão, onde tumores relacionados a hábitos alimentares e estilo de vida têm se tornado mais frequentes.

Fatores de risco e mudanças no estilo de vida

Entre os principais fatores de risco para o câncer de esôfago e estômago estão tabagismo, consumo excessivo de álcool, refluxo gastroesofágico, obesidade e gastrite atrófica. A dieta e o estilo de vida desempenham um papel fundamental na prevenção dessas condições. O Dr. Rodolpho reforça que cerca de 80% a 90% dos casos de câncer têm relação com fatores modificáveis, como alimentação inadequada e falta de atividade física. “Mudanças simples, como perder peso, adotar uma dieta equilibrada e evitar o consumo de cigarro e álcool, podem prevenir o desenvolvimento de tumores, ” destaca.

Além disso, fatores genéticos também desempenham um papel importante. Síndromes hereditárias e histórico familiar podem aumentar o risco, reforçando a necessidade de exames preventivos e consultas regulares com especialistas.

Diagnóstico precoce: o grande desafio no Brasil

Infelizmente, no Brasil, apenas cerca de 10% dos casos de câncer gástrico são diagnosticados precocemente, enquanto países como o Japão têm uma taxa de diagnóstico precoce de 50% a 60%. Isso se deve, em parte, a questões culturais e à falta de uma rotina de exames, como endoscopias, recomendadas para identificar alterações antes que evoluam para câncer. “Muitas vezes, os pacientes ignoram sintomas como azia, queimação e dor abdominal, buscando ajuda apenas quando os sintomas se tornam graves, ” explica o Dr. Rodolpho.

A importância da cirurgia no tratamento oncológico

A cirurgia ainda é o tratamento de maior eficácia para tumores no aparelho digestivo, especialmente quando realizada em estágios iniciais da doença. Dependendo da localização e do tipo do tumor, pode-se optar pela retirada parcial ou total do estômago, ou pela remoção de parte do esôfago. A recuperação do paciente requer uma adaptação alimentar e acompanhamento nutricional rigoroso, além do apoio de uma equipe multidisciplinar.

Dr. Rodolpho finaliza com um alerta sobre a importância da prevenção. Ele destaca que a adoção de hábitos saudáveis, como caminhar regularmente, cuidar da alimentação e evitar substâncias nocivas como cigarro e álcool, é essencial para reduzir os riscos de câncer. “Focar na prevenção é o caminho mais eficaz para evitar o diagnóstico tardio e as complicações que ele acarreta, ” conclui.

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